Um curioso olhar. Reparo. Nos alheios olhos noto. Os olhos deambulam pelas imagens de um presente que não é seu. De um futuro que não será seu. É de noite; e os olhos decidiram que nunca irão ter aquele futuro e fecham a porta. O futuro chama, mas ele é assustador, medonho. Um futuro gozão, talvez. Ou não. Pode ser um futuro pleno de amor. Arrependimento dói. Dizeres malditos. No aborrecimento laboral os olhos deambulam mais uma vez pelas imagens através da porta entreaberta de um presente que não é seu; de um futuro que não será seu. À espera que venha o futuro entrando pela porta da frente ou deambulando pela rua até à fortaleza. Mas ele não vem. Não vem porque o portão está fechado a sete chaves, das quais apenas uma eu possuo. Uma chave que dura dois meses. Depois o portão fecha-se para sempre. Fui-me embora. Fui-me embora e levei esse fururo que não te pertence. Um burlesco futuro, onde eu não sou o Arlequim. Eu sou... Eu sou o Pierrot. Adeus, Colombina! Para o sono eterno vou! E ...