E desde então, aquela sombra parecia seguir-me. Por isso... Por isso eu andava tão nervoso, psicótico até. Era uma sombra negríssima, negra como ébano. Olhava para as paredes rochosas e cristalinas, sem nunca olhar para trás. Não sabia o que estava a acontecer. O vulto cercava-me por trás aproximando-se lentamente, como um animal-selvagem. Corria e corria, até não poder mais. A entidade obscura chegava ao túnel, comendo pedaços dele. Podia ver a escuridade a aumentar atrás dos meus pés, obrigando-me a fugir do meu medo desconhecido. Consegui sair do túnel infernal, em direcção ao ar fresco. Estava numa praia, sentia a maresia a entrar nas minhas narinas e o vento quente a bater na minha face. O Sol incendiava sob a areia branca e suave. Quanto aliviado que eu estava! A sombra saiu do túnel taciturno. A sombra diminuiu de tamanho, encolhendo, ficando mais esférica. Adquiria olhos, orelhas, focinho e uma boca pequena. Uns longos bigodes, ele ou ela tinha. Era um gato p...