• Porquê? • Não sei. • Sentes? • Sinto. • O quê? • Difícil. Sinto inveja... Não, não é inveja, é admiração, admiração por aquelas que admiras, mais do que a mim. • Não é verdade. • Não? Eu sei, sei o que gostas e não gostas; sei o que ouves, falas, cheiras, saboreias e vês; eu sei tudo! • Sabes? • Sei! Ver os corações que dás em caras alheias, dói-me, dói não ver os teus, dói saber que estás no seio das mulheres, dói não puder mostrar a minha mágoa, esta dor; eu quero estar lá! Quero dançar, esticar, falar, imitar, correr e cantar; quero ser um um pássaro ou um tigre, quero que tu vejas o quanto me fazes louca e sofrida. • Isso que sentes tem um nome. •Não! Recuso aceitar que estares no seio das mulheres me incomoda. Não! Que me incomoda dares um coração a alguém que poderia ser eu. • Mas incomoda, dói. • Sim... Dói muito. • A mim também, também dói, mas ignoro, pois esse sentimento faz-nos fugir da realidade social, contudo aproximar-nos da realidade emocional. • Sentes? Quem? • O coz...