Nada sei.
Não sei se sou bom poeta.
Não sei se sou mau poeta.
Não sei se sou bom actor.
Não sei se sou mau actor.
Nada me dizes, logo nada sei.
Nunca vais.
Nunca apareces.
Nada sei.
Não sei se escrevo bem ou mal.
Apenas sei que escrevo.
Escreverei em vão?
Palavras serão vazias?
Não sei.
Não sei pois nada sei.
Nunca dizes nada.
Nunca apareces.
Não sei se existo.
Talvez não seja real.
Não sei se sou bonito ou feio.
Nunca o dizes.
Não sei se gostas daquilo que escrevo.
Não sei se gostas daquilo que faço.
Não sei se odeias aquilo que escrevo.
Não sei se odeias aquilo que faço.
Nunca apareces.
Não sei se gostas ou se odeias.
Da minha arte, eu nunca saberei se gostaste.
Não sei.
Apenas queria saber se tu achas que sou bom ou mau artista.
Pois eu não sei.
Pois sou um altruísta num mundo de egoístas.
Egoístas que acham que ser profissional é ter nome.
Quem tem nome são os invisíveis.
Simplesmente são nomes abstractos.
Não sei se sou poeta digno de ser louvado ou criticado.
Não sei, pois nunca mal ou bem dizes.
Não sei.
E nunca saberei.
Fernando Emanuel Pinheiro
Brejos de Azeitão, 22 de Janeiro de 2024.
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