Pensando. Pensando no sósia. O sósia de Santa Maria. Cópia em tudo. Os gestos, o olhar. Tudo. Representando eu estava. Estudando estavam eles. O sósia olhou como se me conhecesse. Não estava à espera. Não ali, em Santa Maria. Explicou-me o que era um enfarte. Quase tinha um enfarte. Não agudo, mas de saudades. Saudades de nadar, andar e surfar. Tempos idos. Também tenho saudades. Mas o tempo passou e fui em frente. Encontrei a felicidade noutro lugar. Mas não esqueço o passado. Não esqueço as pessoas ou lugares com quem já fui feliz. Está presente nas minhas memórias. Ainda surfam. Baixinho, mas ainda. Sempre procurei um porto de abrigo. Nunca encontrei. Ando à deriva. Tenho dois caminhos. Duas estrelas para guiar. Será que se revisitar o lugar onde fui feliz, Serei feliz? Teria a Lua razão? O mar ainda me chama? O Sol ainda me chama? Talvez vá à praia ser feliz. Eu era feliz e não sabia. Fernando Emanuel Pinheiro Brejos de Azeitão, 16 de Abril de 2025.