Magoaste-me.
Fazes-me chorar.
Fazes-me chorar quando segues anticristos.
Será que também me atiravas aos leviatãs?
Fui honesto e tentei salvar a tua alma.
Não quiseste saber e pecaste.
Fazes-me chorar que pensas o mesmo que eles.
Fazes-me chorar quando dizes que não há verdade em nós.
Pensei que fosses diferente.
Diferente de todas as estrelas.
Uma estrela guiada por Deus.
Afinal; iludi-me.
Não és diferente.
Não poderias estar mais afastada.
Uma estrela-cadente em fúria.
Perdoa-me.
Mas não consigo acompanhar-te no caminho que tomaste.
Eu tenho a minha estrada e tu tens a tua estrada.
Não temos os mesmos sonhos.
Não é possível união com quem tem dois senhores.
O amor ao dinheiro é a raiz de todo o mal.
A minha estrada é católica, progressista e franciscana.
A tua estrada é diferente da minha; o meu caminho não é evengélico, conservadorista e materialista.
Fazes-me chorar quando dizes que não há verdade em nós.
Penso se não terás razão; pois não vemos a mesma realidade.
Vês heróis, mártires e santos enquanto eu vejo anticristos e hereges.
Devia ter-te perguntado que santos seguias.
Foi o meu erro.
Devia ter-te perguntado que influenciadores seguias.
Foi o meu erro.
Não perguntei porque acreditei em ti.
Achei que andávamos na mesma estrada.
Achei que era desta.
Achei que eras a minha Beatriz e eu o teu Dante; a minha Estrela da Manhã.
A minha luz que guia pelas trevas do mundo.
Não és; nem nunca foste.
Aceito agora isso.
Aceito a minha derrota numa batalha que nunca cheguei a combater.
Não morri; estou vivo; apesar de uma parte de mim ter morrido.
Fazes-me chorar quando dizes que não há verdade em nós.
Sei que segues anticristos.
Choro porque os segues.
Choro, choro, choro.
Será que também me atiravas aos leviatãs?
Não estou iracundo ou furibundo.
Apenas estou triste e desiludido.
Deixaste dominar pelo ódio.
Abandonaste o amor e a Divina Misericórdia.
Choro enquanto escrevo este melancólico poema.
Este estúpido poema; sim; porque fui estúpido.
Fui estúpido por ter acredito em ti.
Fui estúpido por ter sido fiel e acreditar que serias também.
E irei sempre ser estúpido por acreditar em amor à primeira vista.
Irei sempre ser estúpido por acreditar em amor platónico.
Irei sempre ser estúpido por acreditar em amor romântico.
Irei sempre ser estúpido por acreditar em contos de fadas e ramos de flores.
Irei sempre ser estúpido por acreditar em amor católico.
Um casamento magnífico; uma família grande e muitos filhos.
Aquele amor que se vê nos filmes da Disney ou no cinema antigo.
Onde a donzela levanta o pé enquanto é beijada.
Sou estúpido por acreditar no verdadeiro amor;
Um conceito antiquado; que me faz sentir antiquado.
Conseguiste fazer que desistisse desse sonho antiquado.
Deixei de acreditar no verdadeiro amor incondicional e na fidelidade entre homem e mulher; que apenas existe uma efémera paixão e afecto.
Que amor incondicional e fidelidade apenas existe entre pais e filhos.
Não serei mais antiquado no amor.
Fazes-me chorar quando dizes que não há verdade em nós.
Magoas-me quando dizes de que vale ter as poesias mais lindas;
E as harmonias mais brilhantes se não há verdade em nós.
Mas foi verdadeiro para mim; eu acreditei em nós; e ainda acredito.
Fazes-me chorar por seguires anticristos.
Será que também me atiravas aos leviatãs?
Mas é a tua escolha.
Talvez tenhas um dia; uma epifania.
Será que deixarias de seguir anticristos por alguém que estimas?
Não por mim; nunca tive essa bênção de ter o teu afecto.
Mas por Deus; deixarias de seguir anticristos por Deus?
Quando as bocas dos leviatãs do Anticristo forem de conhecimento público?
Quando souberem da mortandade de gente estranha.
Se tiveres essa epifania.
Lembra-te. Eu estarei aqui à tua espera.
Porque antiquado e estúpido como eu sou.
Eu irei perdoar sempre.
Eu irei dar uma segunda oportunidade.
Mas nunca me peças desculpa.
Pede a Deus.
E se quiseres seguir a minha estrada; eu estarei aqui com um café ainda quentinho.
P.S.: Fazes-me chorar quando dizes que não há verdade em nós.
Mas foi verdadeiro para mim; eu acreditei em nós; e ainda acredito.
Será que também me atiravas aos leviatãs?
Espero por ti, se mudares; o teu café estará guardado no meu coração.
Acreditei.
Fernando Emanuel Pinheiro
04 de Outubro de 2025.
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