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Nós podemos sempre controlar e fazer o nosso próprio destino, excepto a morte. O livre-arbítrio é uma das maiores dádivas no ser humano. Existe sempre escolhas e as suas consequências. A questão é, qual é a melhor escolha? Não sabemos. É impossível sabermos as consequências futuras das nossas acções. Apenas podemos fazer previsões. Mas as previsões nem sempre estão certas. Temos simplesmente tomar a melhor decisão, a mais correcta e a pensar nos outros e também em si. Pensar só em si é mau, mas pensar só nos outros também é mau. Então como ficamos? É tudo mau? Claro que não. Não devemos extremar nunca na vida, pois perdemos a clareza de ideias. O ideal é pensar nos outros e em nós em simultâneo. Temos que ser altruístas e egoístas ao mesmo tempo. Não podemos nunca perder a nossa individualidade. A colectividade não funciona. Nem toda a gente têm a mesma opinião. Logo é impossível toda a gente ter a mesma opinião e ainda bem. Porque a única maneira de toda a gente ter a mesma opinião, era se fossem forçados. Mas isso acaba por resultar em opressão. Em ditadura. E eu abomino ditaduras. A aparente eutopia (lugar bom ou perfeito) tornava-se numa distopia (lugar mau, imperfeito, opressor) e logo passava a ser uma utopia (não-lugar, que é impossível de existir). Afinal de contas a perfeição simplesmente não existe. Nada existe antes de ser feito e só depois de ser feito, construído. Somos todos imperfeitos, num mundo imperfeito e temos de uma vez por todas aceitar essa realidade imperfeita. Pois nada é absoluto. Tudo é relativo. O Universo é mais absurdo do que muitos pensam. As nossas ideias não são intrínsecas ao Universo, não, elas só existem nas nossas mentes. Só o ser humano dá significado às coisas do Cosmos. Toda a gente quer dar significado à sua vida e fazem bem. Eu faço o mesmo, mas à minha maneira. Podem é estar errados em relação à maneira como vêem o mundo. Lembrem-se disso. Nem sempre têm razão. Nem toda a gente diz a verdade, logo não devemos acreditar em tudo o que lemos ou vemos. Como distinguir a verdade da mentira? Fácil (ou não… depende do grau de inteligência e da habilidade de separar a realidade da fantasia). É usando a Lógica. Só com a inteligência é que conseguimos ver o que é real e o que é quimérico.

Como já dizia uma pessoa muito especial para mim:

Rest my case.

Fernando Emanuel Pinheiro

Almada, 18 de Dezembro de 2016.

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