Essa malvada a mágoa,
Que
nos consome.
Dizeres
não ditos o tempo não perdoa,
Que
não podemos declamar a quem dorme.
A
nossa sorte nós podemos dominar,
Escolhas
e as suas consequências fazer.
Mas
o sono eterno não podemos controlar,
Pois
esse é o nosso fado de todos nós,
E
nada podemos fazer.
A
angústia dilacera o nosso coração,
A
culpa de não poder travar o inevitável domina-nos.
Os
fantasmas mnemónicos embora não se vão,
Numa
caixa sentimental guardados eles relembram-nos.
Essa
perseguidora dolor,
Essa
incómoda mágoa!
Que
nos liberta o amor,
Que
voluntariamente o nosso coração doa.
Por
lúgubres jardins plenos de flores multicolores,
Aos
nossos entes consanguíneos ofertamos a nossa c’roa.
Carpindo
pelos nossos amores,
Da
ausência dos nossos criadores e antepassados nós exprimimos a nossa mágoa.
Eterno
é o nosso luto,
Pois
nunca iremos deixar de memorizar.
As
nossas gotas lacrimejantes extravasam,
Como
se fossemos um transbordado guto.
O
nosso coração irá extravasar,
Nutando
pois contra a nossa mágoa irá lutar.
Carpimos
pois esse é o nosso nuto,
De
pugnar essa malvada mágoa.
Quinta do Conde, 26 de Janeiro de 2021.
Fernando Emanuel Pinheiro.
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