O Pesadelo, de Henry Fuseli, é um quadro sobre um íncubo e uma égua sinistra (night-mare [égua nocturna] - nightmare [pesadelo]) atormentarem uma pobre moça que sofre de paralisia do sono e terrores nocturnos. Lembrei-me deste quadro, quando vi o magnífico, mas assustador, Nosferatu (2024), de Robert Eggers. Inspirado no antigo filme Nosferatu e no livro Drácula, de Bram Stoker. Um filme sobre o conde Orlok ou Nosferatu (o equivalente ao Conde Drácula), um "vampiro" obcecado por uma moça; e com ele vem uma peste que se alastra pela população, mas não é esse o verdadeiro tema do filme. Nosferatu é apenas uma alegoria e o filme é sobre epilepsia e doenças do sono como a paralisia do sono (onde a vítima pode sofrer de pesadelos ou sonhos eróticos, sem se puder mexer, mas com os olhos abertos e alucinar), terrores nocturnos e sonambulismo. A protagonista Ellen Hutter (o equivalente da personagem Mina Harker em Drácula) sofre de epilepsia e paralisia de sono. O conde Orlok serve como uma alegoria para o sofrimento que Ellen passa quando padece de crises epilépticas. O filme é ambíguo se as crises que a Ellen tem; são influência demoníaca de Orlok ou genuínas crises epilépticas. A peste é apenas uma peste. Nosferatu é uma lenda alimentada pelos personagens. Lily-Rose Depp e Willem Dafoe, as duas cerejas do bolo no filme Nosferatu. Aquela infame cena de epilepsia conseguiu arrancar-me a alma. Adorei o filme. Um dos melhores filmes de 2024 e 2025.
Imagem: O Pesadelo, de Henry Fuseli
Fernando Emanuel Pinheiro
Brejos de Azeitão, 07 de Janeiro de 2025.
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