Vai estrear A Bela e o Monstro, de Filipe La Féria. Cheguei a ir à audição, para saber como era e pela experiência mesmo sabendo que não ia passar. Não passei mas gostei da experiência. Uma das razões que me fez adorar teatro e decidir que que queria ser actor, foi as adaptações teatrais dos contos de fadas A Bela e o Monstro e o João Sem-Medo no Teatro Extremo em Almada. Fui ver com a minha Mãe essas peças quando tinha entre seis ou nove anos e adorei tanto que pedi a um dos actores para que A Bela e o Monstro fosse representada novamente logo a seguir. Obviamente, tal não era possível. Mas a semente do teatro já estava plantada em mim. Graças a figuras imaginárias como o Monstro, a Bela ou João Sem-Medo, aos actores que deram vida a esses arquétipos e à educação cultural da minha Mãe, o teatro nasceu em mim. Se nunca tivesse visto essas peças com a minha mãe, nunca teria aprendido a adorar teatro ou ter aparecido na Escola Secundária Anselmo de Andrade com Paulo Dias, na Oficina de Teatro no IEFP com Afonso Miguel Guerreiro, na Articoração com Luana Sargedas ou na In Impetus de Pedro Barão com Ávila Costa, Luciana Ribeiro, Luana Proença, Francesca Bertozzi, Maria LaLande e Mário Bomba para fazer aquilo que mais gosto de fazer para além da escrita, música, dança, fotografia e da poesia. Gostava de um dia adaptar A Bela e o Monstro para livro, romance, visto já haver tantas adaptações teatrais actualmente d'A Bela e o Monstro. Uma adaptação mais fiel aos contos originais franceses (A Bela e o Monstro), italianos (A Belinda e o Monstro e A Princesa e a Serpente) e portugueses (A Bela-Menina), e não tão colado à versão da Disney como a maioria dos teatros musicais que são cópias dos musicais animados da Walt Disney Company. E trazer de volta aquele tom fantástico mas ao mesmo tempo misterioso, quase sinistro dos contos de fadas originais que se perdeu nas versões da Disney.
Fernando Emanuel Pinheiro
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