Passo por aqueles lindos corredores brancos,
Sinto a sua ausência,
A ausência daquele esplêndido verde,
Um verde que me encanta com a doçura daquele sorriso,
Fico sem saber o que dizer quando contemplo aquele paraíso verdejante;
Aqueles rúbeos lábios e risonhos.
A ausência da minha estrela da manhã.
Vejo as pessoas a falar,
A dançar, a jejuar e a beber.
O Hamlet olha para mim,
Ainda reduzido a um adereço craniano,
Hamlet sorri, sorri sempre.
Um espelho diz-me que é urgente,
Diz-me sempre,
Que é urgente amar.
Olho para o seio da negritude,
Plena de cadeiras, lanternas e velas,
Rodeada de árvores,
Entre o frio e chuva,
Sinto a sua ausência,
Do seu olhar marítimo,
Do seu olhar como se fosse uma brilhante estrela da manhã,
Sê a minha luz e guia-me pela treva,
Guia-me como os anjos guiaram a Vera Cruz,
Deixa-me sair deste Purgatório,
E alcançar a beatitude contigo.
Eternamente.
Fernando Emanuel Pinheiro
Brejos de Azeitão, 18 de Março de 2025.
Comentários
Enviar um comentário